1974, uma pequena cidade no interior do Texas. Uma garota escapou de um massacre que matou cinco pessoas e é criada sem saber a verdade sobre seu passado. Já adulta, Heather Mills é surpreendida ao ser informada que é a beneficiária da herança de uma avó que nem sabia existir. Ao lado dos amigos Nikki, Ryan e Kenny, Heather viaja ao Texas para conhecer a mansão que herdou.
O Massacre da Serra Elétrica — A Lenda Continua começa como uma continuação direta do filme de 1974. Ele faz uma espécie de resumo do original antes de revelar o fim da história: toda a família canibal foi morta por um grupo de pessoas. Só houve um sobrevivente, um bebê que foi criado por uma das pessoas.
Quando veio o salto temporal que revelou a protagonista, eu fiquei me perguntando como os canibais seriam conectados a ela e como isso resultaria num filme no estilo da franquia O Massacre da Serra Elétrica. Quem usa laços familiares para embasar seu enredo é Halloween, outra franquia slasher de má qualidade.
E o salto temporal vai de 1974 para 2012, o que gera um problema enorme com a idade da protagonista e a idade do Leatherface.
A conexão veio com a protagonista descobrindo que sua avó morreu e tendo que viajar para o Texas para averiguar tal questão. Na companhia dela vão o namorado, uma amiga e o namorado da amiga. No caminho, eles encontram um caroneiro e todos rumam para a mansão da família canibal.
Parece ser a exata mesma fórmula utilizada pela franquia todo santo filme, mas, em O Massacre da Serra Elétrica — A Lenda Continua, esse aspecto clássico é o de menos. Tanto é o de menos que ele é feito de qualquer jeito, pois o foco do filme é a relação da protagonista com a família canibal. E aqui reside seu grande problema.
Antes, me incomodou muito a burrice dos personagens, os quais deixaram o caroneiro sozinho na mansão sem nenhuma necessidade, o que resultou num óbvio roubo. Gosto de haver uma reviravolta com o caroneiro, mas esta foi de graça e ele é o típico personagem cujo único propósito é morrer.
Propósito tal que acompanha os demais jovens, desde o namorado infiel que trai a namorada na casa da família dela até a moça que aguardou silenciosamente a abertura do freezer para espernear.
O grande problema de O Massacre da Serra Elétrica — A Lenda Continua é que eu simplesmente não compro a ideia de que alguém apoie os canibais. Não me desce de modo algum. Minha suspensão de descrença foi demolida pelo apoio da protagonista ao Leatherface, mesmo sabendo que o mascarado matou seus amigos.
Ela não foi construída como alguém obcecada por ter laços familiares, o que amenizaria a estranheza de seu apoio ao Leatherface. Toda a dinâmica de o prefeito ser inimigo dela e ela ser parceira do Leatherface é intragável, pois é mal construída.
Parece uma paródia da franquia cujo objetivo é tornar o Leatherface o mocinho. Deve haver alguma fanfic que faça um trabalho parecido.
Outro ponto na mesma perspectiva foi o policial ter deixado o Leatherface matar o prefeito e sequer tê-lo prendido. Qual é, todo mundo nesse filme tem valores morais distorcidos? Assim a obra fica ainda mais fraca.
O Massacre da Serra Elétrica — A Lenda Continua falha em construir uma estrutura temática crível, que consiste nessa aliança da protagonista com o Leatherface. De modo semelhante, o filme falha em construir uma estrutura narrativa coesa, pois finge — sem afinco — ser um exemplar da franquia e larga tal intenção para assumir um desenrolar digno de fanfic.
Destaco como falhas de execução a impensável decisão de mandar um policial sozinho investigar a mansão canibal, a vítima que só esperneia quando a tampa do freezer é aberta e o Leatherface que só se levanta quando pega a motosserra.
Como muitos podem argumentar, sim, eu gosto da ideia de inverter a perspectiva e apresentar mais de perto o lado do vilão. O porém é que isso deveria ser empregado desenvolvendo de fato o Leatherface ou abordando de perto a transição da protagonista de jovem normal para o novo Leatherface (ou algo assim).
O Massacre da Serra Elétrica — A Lenda Continua faz mal tudo o que tenta e, por ser muito diferente do resto da franquia, não merece sequer aparecer num “do pior ao melhor de O Massacre da Serra Elétrica”.
Observação: sério que a protagonista se pendurou numa roda gigante para fugir do Leatherface? Ela correu o risco de se matar sozinha por essa decisão estúpida.
Observação²: esse é o filme que mais detestei da franquia porque ele faz todo mundo ser babaca.
Concordo com vc pelo fato do assassino ser muito devagar pra mata as pessoas além dele ser babaca o filme e mais pra comédia 😐
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Essa premissa de a protagonista apoiar o Leatherface parece mesmo uma grande piada.
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