É claro que após a lista dos melhores encerramentos de Naruto Clássico eu tinha que fazer uma com os do Naruto Shippuden. A principal diferença é que a quantidade de temporadas do anime faz o número de encerramentos ser absurdo (40). Conheça agora os 10 melhores encerramentos de Naruto Shippuden (e menções extras).
Décimo lugar — Blue Lullaby (37)
Este resume a vida do Naruto e os laços que ele formou. Para isso, usa quadros do mangá e faz uma animação mais simples, como se fossem os quadros em movimento. A retrospectiva frisa os toques na mão, um conceito estabelecido pelo Killer Bee. Funcionaria como encerramento final também por ter o Naruto com o manto de Hokage, uma clara alusão à capa do volume final da obra.
Nono lugar — Cascade (21)
Naruto manto estiloso vs Sasuke manga curta. Apesar da animação problemática, o encerramento usou a melhor fase de cada personagem, o ponto alto que o Kishimoto jogou fora bem antes da última batalha. Ter os dois crianças juntos no final é uma boa rima com a trajetória do laço deles.
O estranho é que a Sakura e a Hinata aparecem sem que haja alguma relação delas com o conflito, que é o centro do encerramento. É como se tivessem surgido apenas por serem apaixonadas pelos envolvidos.
Oitavo lugar — Shooting Star (1)
Este encerramento foca em dois aspectos: a tristeza que o Naruto e a Sakura sentem pela partida do Sasuke e a trajetória da relação do protagonista com o fujão. É eficientemente melancólico e a animação da trajetória é legal.
O encerramento faz bem o que pretende, mas me incomoda a repetição da melancolia. Eu já chorei com o Naruto triste olhando para o céu noturno e pensando no Sasuke, algo que aconteceu no encerramento 9 de Naruto Clássico. Entendo que o drama continua, mas faltou criatividade aos produtores do anime.
Sétimo lugar — For You (12)
Os três lendários e o Time 7 em versões infantis, seus sofrimentos e a Sakura como protagonista. Tirando a Sakura, que não faz muito sentido temático, é bem bom, interessante e fofo. Destaque para o trecho em que o Sasuke caminha e é coberto por sombras.
Sexto lugar — Flame (29)
É como uma abertura da guerra ninja. Não seria das melhores aberturas, mas tem aquele jeitão, com as lutas contra o vilão e o lado emocional do Obito. É eficiente. Não tenho nada em especial para destacar, mas o encerramento faz um básico bem feito.
Quinto lugar — It’s Absolutely No Good (31)
Este faz algo simples, mas inteligente. Naruto e Sasuke correm juntos enquanto crianças e, já adolescentes, se movem em direções opostas. O desfecho é um encontro que não sabemos se é amistoso. É uma demonstração muito boa da dualidade.
Costumo gostar um bocado de aberturas/encerramentos que remetam à lógica do livro do Sai (cada personagem avança de um lado do livro e se encontram na metade). Já comentei isso no vídeo sobre o segundo maior erro do Kishimoto em Naruto.
Quarto lugar — Spinning World (32)
O encerramento 32 é um caso interessante, como a abertura 15. Os dois são bem executados, mas significam algo péssimo: o fim do conflito Naruto/Sasuke (que é o tema do vídeo que mencionei antes).
Naruto e Sasuke começam lutando um contra o outro e depois enfrentam um exército juntos. No final, é mostrado um possível choque do Rasengan com o Chidori e descobrimos que o alvo é um inimigo em comum.
É lindo, é épico e os “quadros” iniciais são fantásticos, mas a união antes da batalha final é um balde de água fria na excelente tensão que o Kishimoto construiu ao longo de 52 volumes de Naruto.
Terceiro lugar — Such You, Such Me (36)
Este é fantástico. Ele foca na solidão, na dor e no ponto de vista do Sasuke. É um resumo de sua trajetória. O momento em que o Naruto estende a mão e o Sasuke ergue a kunai, vendo o Itachi mais atrás, me emocionou. Descreve perfeitamente a situação e a escolha do Sasuke no fim do Naruto Clássico.
Outro acerto do encerramento é mostrar como a interação dos irmãos Uchiha evoluiu com o tempo. O que era treino virou guerra e depois colaboração. Breve e bem executado.
Fechando com genialidade, o encerramento fez uma quebra de expectativa. É muito comum o Sasuke estar sozinho, mas, aqui, ele está junto com o resto do Time 7. Esse é o Sasuke que superou a dor. É muito bom.
Segundo lugar — A Promise That Doesn’t Need Words (33)
Há tempos eu queria falar sobre este. Ele sintetiza o ciclo do ódio, que é o tema central de Naruto Shippuden, e o faz de forma magistral. A princípio, temos as armas se afastando e as mãos se aproximando, como um sinal de reconciliação, mas que resulta na “morte” do Madara. Pode ser uma referência ao trecho do mangá em que o Madara pensou em se render para acabar com o conflito e seu irmão o incentivou a continuar a guerra.
O ideograma “shinobi” feito com sangue, acompanhado pelas cenas de guerra, é uma ótima alusão ao fato de que os ninjas causam morte e que a história daquele mundo foi escrita com sangue. Em seguida, o encerramento faz uma escolha genial: detalhar o sofrimento.
Izuna (irmão do Madara), Itama (irmão do Hashirama), acredito que o Kakashi, Minato e Kushina, Obito, Orochimaru, Kisame, Nagato e Yahiko, Jiraiya, acho que o Yashamaru, Itachi, Sasori, pai do Kakashi, Asuma, Neji, desconhecido, Tsunade e Dan, Hinata, Gaara, Sasuke e Naruto. Todos estes sofreram por causa da forma de governo que impera no mundo ninja.
Só de demonstrar muitas dores específicas essa ideia já é ótima. Ela não se esquece de sofrimentos menos importantes para o público, como o do pequeno Orochimaru ou o da Hinata.
O mais interessante é que o Naruto sempre é o bonzão, o cara que sai correndo e resolve tudo. Este é um dos poucos encerramentos/aberturas que o coloca apenas como uma das vítimas do ciclo do ódio.
A folha é o símbolo do sonho do Hashirama, que é o atual sistema das nações. Quando o Madara a deixa cair, é como se negasse a validade dessa forma de governo. A sequência seguinte é aquela lutinha básica do Madara contra o mundo shinobi.
Os detalhes interessantes voltam para fechar o encerramento. Quando o Madara faz o jutsu para colocar em prática o Tsukuyomi Infinito, há dois flashbacks dele criança com o Hashirama, pois juntos eles sonharam com um mundo melhor, com a Vila da Folha. Para o Madara, a ilusão global significa realizar aquele sonho.
Este encerramento é tematicamente genial, muito bem executado e é disparado melhor que todos os outros, incluindo várias aberturas. É como aquele trecho da invasão de Konoha no qual o Kishimoto demonstra perfeitamente a temática do ciclo de heróis e da sucessão de gerações. É brilhante.
Primeiro lugar — Rainbow’s Sky (34)
Este encerramento é genial. Ele mostra a história pelos olhos do tio do lámen. Vemos os laços, as gerações e os paralelos que são peça-chave da estrutura temática de Naruto. Destaque para o trecho do Naruto com a Hinata.
É o tipo de detalhe que o Kishimoto poderia ter feito para desenvolver o casal. Aí o paralelo é que o Naruto fica enjoado com a comida e a Kushina fica enjoada por estar grávida.
É também uma demonstração da trajetória do Naruto. Ele era apenas um menino sozinho na chuva, mas conquistou amigos e até mesmo o respeito dos 5 Kages. É muito emocionante.
Este devia ter sido o encerramento final de Naruto Shippuden. Como eu li no YouTube, talvez o tio do lámen tenha sido a primeira pessoa a aceitar o Naruto.
Menção honrosa 1 — U Can Do It (15)
Neste, o Naruto luta com o pessoal do time Gai e o Konohamaru. Eles usam roupas diferenciadas legais, sendo a mais inusitada a da Tenten. A coreografia é legal a cada luta e gostei muito da execução. Não é nada de outro mundo, mas divertir é melhor do que entediar, como vários encerramentos fazem.
Menção honrosa 2 — Broken Youth (6)
O encerramento 2 mostra a dualidade Naruto/Sasuke estilo samurai. É interessante, legal e até empolga, mas perderam a chance de fazer um final épico com luta de espadas. Ainda assim, a ideia vale o destaque.
Menção inusitada — Departure Song (39)
E se Naruto fosse sobre baseball? O encerramento é bem executado e finaliza com o selo da reconciliação e a devolução da bandana. Não posso dizer que é muito bom porque não há baseball em Naruto, mas gostei de tudo.
Menção não tão desonrosa — My Answer (10)
O episódio de praia que o mangá não tem. Este encerramento não é tão ruim quanto a sua contraparte do Clássico, pois mostra vários personagens e tem um cuidado artístico, um jogo de cores bem agradável. Há uma Tsunade suspeita, mas nada no nível da Hinata sem calças.